Erupção no Passo de Fimmvörðuháls, onde turistas aproveitaram o evento.
Perfil esquemático geológico da área magmática e vulcânica: é possível observar o local da primeira (fase) erupção em Fimmvörðuháls onde o modelo adotado é de um conduto que se direciona ao flanco nordeste do complexo vulcânico de Eyjafjallajokull.
Esta primeira erupção de estilo havaiano se iniciou em 20 de março e ejetou uma lava alcali-olivina basáltica com cerca de 47% de sílica em um local coberto por neve. "Fontes de fogo" ou "Cortinas de lava" foram observados com extensão de 500 metros.
De maneira bastante efusiva com geração de pluma de cinzas de altura até 1 km esta erupção foi antecedida por terremotos fortes e alta taxa de deformação, associados à recarga magmática do vulcão. Imediatamente antes da erupção a sismicidade tornou-se bastante rasa porém não tão acentuada. A deformação atingiu taxas de cerca de 1 centímetro por dia a partir do dia 04 de março em estações GPS distantes 12 km do local.
Após um hiato de tempo, em 14 de abril, uma série de crateras se abriram no topo da caldeira sob o gelo com uma extensão de 2 km. Do modelo geológico, depreende-se uma série de soleiras (sills) e condutos vulcânicos intrusivos em direção a uma pequena câmara próxima ao topo da montanha e de sua caldeira.
Dados de movimentação do relevo vulcânico captados por GPS indicaram que o magma tem profundidades rasas e que são consistentes com a quantidade de sílica (58%) no magma de composição intermediária. Esta composição é mais desenvolvida em relação à primeira fase e pode indicar o fracionamento do magma em relação à primeira erupção.
A segunda fase inicialmente provocou o derretimento do gelo gerando águas de inundação glacial e fluxos de detritos para as áreas baixas. Logo após foi observado a pluma constituída de cinzas e tefra (tephra) se erguendo até 8 km de altura (com média de 5 km) e se direcionando com os ventos para o norte da Europa.
Nas primeiras 72 horas foram ejetadas cerca de 70 a 80 milhões metros cúbicos de magma em forma de cinzas e tefra (não compactados, o que pode chegar a 140 milhoes m³) , sendo que a taxa de descarga foi de 300 m³ por segundo ou 300 toneladas por segundo. Esta taxa chega a ser 20 vezes maior que a média da descarga da primeira fase.
Hoje, dia 20, dados de GPS indicam uma deflação (esvaziamento) de magma associada a erupção consistente com a menor taxa de ejeção de material vulcânico, que também pode indicar fonte de magma mais profundo.
A cobertura expressiva da mídia internacional sobre a erupção vulcânica na Islândia, em parte pelo chamado caos aéreo europeu, tem rendido ótima documentação fotográfica. Sendo assim procuro sempre selecionar as melhores fotos e vídeos que mostrem aspectos geológicos e também aspectos de beleza inerente a estes fenômenos.
Várias cenas da erupção vulcânica, desde a Cortina de Fogo típica de lavas menos viscosas até a erupção de estilo pliniana (colunas de cinza).
Video mostra uma jokulhlaup, ou melhor, uma rápida liberação de água da geleira. Fenômeno provocado pela erupção do vulcão sob a geleira de Eyjafjallajokull. Este fluxo altamente concentrado acaba por transportar detritos de todos os tipos (debris flow), além de provocar a inundação glacial em áreas de espraiamento (aplainadas).
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Vulcanismo
Oi Luis, Aqui é a Kika, amiga da Milena. Saiu um texto na Revista da FAFESP sobre o terremoto em Lisboa em 1755. Talvez lhe interesse:
ResponderExcluirhttp://revistapesquisa.fapesp.br/?art=4094&bd=1&pg=1&lg=
Interessa sim Kika! Afinal este terremoto é até citado nas nossas escolas nas aulas de história geral...
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