Novo deslizamento de terra de grande porte ocorreu ontem 07/04/2010 por volta das 19h30 no estado do Rio de Janeiro. A ocorrência se deu no Morro do Bumba, próximo a Cabungo e Jardim Viçoso, zona norte de Niterói.

Vista geral da ocorrência do Morro do Bumba.
Dados não oficiais indicam cerca de 40 a 50 moradias atingidas pela movimentação de massa, o que leva a crer que cerca de 200 pessoas foram soterradas.
A Defesa Civil havia sido acionada para o local um dia antes deste último deslizamento, mas provavelmente não tinham ciência do enorme risco da ocupação sobre um lixão apesar da afirmação contrária vista no vídeo acima. Destaca-se então a importância da capacitação técnica e principalmente da formação de bancos de dados da região objeto de monitoramento (como uma carta geotécnica ou de riscos). Caso contrário depende-se muito da memória dos profissionais envolvidos, e se eles resolvem mudar de emprego...
Reportagem da rede Globo News no dia seguinte, onde pode-se ver a extensão do deslizamento e as características intrínsicas do evento destrutivo.
Como condicionante principal: o lixão (onde a disposição dos resíduos não é controlada como num aterro sanitário). A hipótese é de que além das chuvas intensas que caíram no estado encharcando o solo, é provável que tenha ocorrido uma explosão pela liberação de gás metano da decomposição da matéria orgânica do aterro e seu confinamento em bolsões.
Idéia plausível já que o metano é um gás altamente inflamável e no local moradores informaram episódios de combustão espontânea além de terem ouvido um barulho antes da ocorrência. O abalo teria deflagrado a movimentação de grande porte.

O lixão do Jardim Viçoso em 1977.
Lixões atraem vetores de transmissão de doenças como urubus, ratos, baratas e outros insetos. Além disso da decomposição da matéria orgânica, misturados muitas vezes com produtos químicos e perigosos diversos, é gerado um líquido altamente contaminante para solos e do lençol freático chamado de chorume.
Reportagem do Jornal Nacional da Rede Globo revela os aspectos do lixão neste evento destrutivo.
Outros produtos de um lixão são gases como metano, carbônico, nitrogênio e outros. O metano além de inflamável é também poluidor, mas que em condições controladas pode ser aproveitado para gerar energia e créditos de carbono.
As moradias estavam construídas exatamente sobre este terreno insalubre, onde o chorume minava e gás metano era parcialmente liberado. São as causas deste desastre mais do que anunciado: uso e ocupação do solo desordenados em área de encosta insalubre, existência de um lixão (material inconsolidado de baixa coesão e liberação de gás metano) e chuvas recordes no estado do Rio de Janeiro.
Outro vídeo que mostra o local da ocorrência de helicóptero e da saia (base) da movimentação de aspecto fluido.
Usuários do fórum Google Earth Community criaram um arquivo espacial do Google com a localização e extensão da movimentação em Niterói e que pode ser visualizado clicando aqui. Ou então baixando e abrindo com o Google Earth.
Vista geral da ocorrência do Morro do Bumba.
Dados não oficiais indicam cerca de 40 a 50 moradias atingidas pela movimentação de massa, o que leva a crer que cerca de 200 pessoas foram soterradas.
A Defesa Civil havia sido acionada para o local um dia antes deste último deslizamento, mas provavelmente não tinham ciência do enorme risco da ocupação sobre um lixão apesar da afirmação contrária vista no vídeo acima. Destaca-se então a importância da capacitação técnica e principalmente da formação de bancos de dados da região objeto de monitoramento (como uma carta geotécnica ou de riscos). Caso contrário depende-se muito da memória dos profissionais envolvidos, e se eles resolvem mudar de emprego...
Reportagem da rede Globo News no dia seguinte, onde pode-se ver a extensão do deslizamento e as características intrínsicas do evento destrutivo.
Como condicionante principal: o lixão (onde a disposição dos resíduos não é controlada como num aterro sanitário). A hipótese é de que além das chuvas intensas que caíram no estado encharcando o solo, é provável que tenha ocorrido uma explosão pela liberação de gás metano da decomposição da matéria orgânica do aterro e seu confinamento em bolsões.
Idéia plausível já que o metano é um gás altamente inflamável e no local moradores informaram episódios de combustão espontânea além de terem ouvido um barulho antes da ocorrência. O abalo teria deflagrado a movimentação de grande porte.
O lixão do Jardim Viçoso em 1977.
Lixões atraem vetores de transmissão de doenças como urubus, ratos, baratas e outros insetos. Além disso da decomposição da matéria orgânica, misturados muitas vezes com produtos químicos e perigosos diversos, é gerado um líquido altamente contaminante para solos e do lençol freático chamado de chorume.
Reportagem do Jornal Nacional da Rede Globo revela os aspectos do lixão neste evento destrutivo.
Outros produtos de um lixão são gases como metano, carbônico, nitrogênio e outros. O metano além de inflamável é também poluidor, mas que em condições controladas pode ser aproveitado para gerar energia e créditos de carbono.
As moradias estavam construídas exatamente sobre este terreno insalubre, onde o chorume minava e gás metano era parcialmente liberado. São as causas deste desastre mais do que anunciado: uso e ocupação do solo desordenados em área de encosta insalubre, existência de um lixão (material inconsolidado de baixa coesão e liberação de gás metano) e chuvas recordes no estado do Rio de Janeiro.
Outro vídeo que mostra o local da ocorrência de helicóptero e da saia (base) da movimentação de aspecto fluido.
Usuários do fórum Google Earth Community criaram um arquivo espacial do Google com a localização e extensão da movimentação em Niterói e que pode ser visualizado clicando aqui. Ou então baixando e abrindo com o Google Earth.
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Movimentos de massa