Condicionantes geológico-geotécnicos e feições de instabilidade

Frequentemente, pessoas que residem ou trabalham em regiões de risco geológico têm dificuldade em reconhecer os sinais que apontam para possíveis deslizamentos ou erosões, mesmo que estejam cientes de indicativos como rachaduras, inclinação de muros, escoamento de água e erosão. Às vezes, subestimam a importância desses sinais, pois conviveram por um tempo considerável sem enfrentar grandes problemas, até que um evento desse tipo impacte diretamente suas vidas.

As áreas urbanas são intrincadas e, muitas vezes, obscurecem os detalhes das movimentações de grandes massas de terra ou rocha para pessoas leigas. No entanto, esses detalhes são vitais para prevenir acidentes e proteger vidas. O entendimento e a conscientização da comunidade sobre as dinâmicas e perigos do ambiente físico em que residem são elementos essenciais nos principais programas de redução de riscos geológicos.

O que se deve observar?



De maneira integrada, diversos elementos são avaliados para cada encosta, analisando caso a caso ou de maneira mais abrangente. Aspectos como a existência de aterros e cortes feitos pelo homem desempenham um papel crucial, assim como a ocorrência ou não de enxurradas nos taludes. A água, como se sabe, é o principal agente desencadeador de deslizamentos e quedas. Ao compreender onde, quando e como a água se comporta, é possível realizar uma previsão mais precisa dos fenômenos e processos envolvidos.


A intervenção humana, ou ação antrópica, desempenha um papel significativo na aceleração dos processos naturais. A concentração de água nos taludes, desvios de cursos d'água, descarte de lixo e entulho em córregos e encostas, desmatamento e queimadas contribuem para essa aceleração. Além disso, o corte e aterro de taludes sem a adoção de boas práticas de engenharia, fazem parte desse conjunto de ações que impactam diretamente os processos naturais.


Trincas visíveis, presença de aterros, registros prévios de deslizamentos e colapsos em margens de córregos, deformações em muros, paredes e pisos, além de portas e janelas que não funcionam corretamente, são indícios e sintomas que podem surgir isoladamente ou em conjunto. O surgimento repentino de água em taludes ou dentro das residências durante chuvas intensas também faz parte dessas características observáveis, todas elas representando sinais que, quando identificados, podem indicar riscos potenciais de instabilidade ou colapso em encostas e áreas vulneráveis.


Fossas antigas ou em uso, presença de bananeiras ou outros cultivos, distância para o topo ou base da encosta, utilização de lonas plásticas para minimizar o efeito das chuvas. Degraus de abatimento que indicam deslizamento de maior porte, presença de blocos ou entulho no solo.

Ocorrendo um ou mais das feições de instabilidade em conjunto com os condicionantes físico-antrópicos desfavoráveis à estabilidade geológica-geotécnica, deve-se entrar em contato com a Defesa Civil local e pedir uma análise dos riscos.

ATENÇÃO: as imagens ilustram exemplos, que realmente ocorreram e, possivelmente, ainda ocorrem na cidade de São Paulo (SP). Os técnicos municipais realizam vistorias diárias para identificar novas áreas e monitorar as já existentes e conhecidas. Portanto, os locais em risco e prováveis novos locais devem sempre ser analisados e interpretados por profissionais habilitados e/ou por técnicos e profissionais da Defesa Civil.


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